O jornalista e professor universitário Claudio Tognolli morreu neste domingo (3), na cidade de São Paulo, aos 60 anos. A informação foi confirmada ao g1 pela família dele.
Em março de 2022, Tognolli sofreu um infarto. De acordo com a família, a causa da morte foram complicações e infecções diversas após um transplante de coração.
Ele se formou na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP), onde, anos depois, se tornou professor, e foi um dos fundadores da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em 2002.
Em nota publicada nas redes sociais, a associação afirmou que lamenta a perda e presta solidariedade à família e amigos. “O jornalista Claudio Julio Tognolli foi um nome marcante no jornalismo brasileiro, atuante como profissional de redação e na formação de jovens jornalistas, como professor da USP. Foi fundador e diretor da Abraji, contribuindo para o debate sobre a função social da profissão”, disse a Abraji.
Carreira e prêmios
Durante a carreira, Tognolli atuou na Veja, na Folha de S. Paulo e no Estadão, além de ter sido repórter especial nas rádios Jovem Pan, CBN e Eldorado. Ele também foi o idealizador da cátedra Otavio Frias Filho do Instituto de Estudos Avançados da USP, inaugurada em fevereiro de 2021, quando o Grupo Folha completou 100 anos.
Em 2014, Claudio se tornou livre-docente pela ECA-USP com uma pesquisa sobre metodologia do jornalismo e sobre o golpe militar de 1964.
Profissional reconhecido na área, Tognolli publicou mais de 20 livros, entre grandes reportagens investigativas e biografias, e recebeu diversos prêmios, entre eles o Grande Prêmio Folha (1993), Jabuti (1997), Esso (2003) e Fernando Pacheco Jordão (2011).
Em 2012, integrava a diretoria da Abraji quando a associação recebeu o Prêmio de Liberdade de Imprensa da Associação Nacional de Jornais (ANJ).
Também era membro do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês). De acordo com o consórcio, ele participou das investigações do Panama Papers, que revelou detalhes de um escândalo internacional de lavagem de dinheiro e evasão fiscal, em 2016.
Além da atuação no jornalismo como repórter, escritor e professor, uma das paixões de Tognolli foi a música. Em maio de 2021, ele assumiu o cargo de jurado do prêmio de música ProAC, a convite da Secretaria Estadual de Cultura de São Paulo.
Após a internação em decorrência do infarto, o jornalista se licenciou do cargo de professor na USP, mas manteve a atividade de escritor em seu blog.
De acordo com a família, o velório e a cremação ocorrerão na noite deste domingo.
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/03/03/claudio-tognolli-morre-aos-60-anos-em-sao-paulo.ghtml