A busca por hábitos de vida saudável, alimentação mais equilibrada e a prática constante de atividades físicas tem prolongado a expectativa de vida do ser humano. A população mundial está envelhecendo e os idosos já são maioria em vários países.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 15% da população do Brasil é formada por idosos – ou seja, pessoas com 60 anos de idade ou mais. Essa parcela da sociedade cresceu de forma expressiva no país nas últimas décadas e a expectativa é de que representem quase 30% da população brasileira até 2050. Mas é preciso mais atenção com essas pessoas, pois é justamente na melhor idade que se fazem necessários maiores cuidados.
Segundo o clínico geral da Hapvida NotreDame Intermédica, Igor Miranda, a cada segundo, no mundo, uma pessoa idosa sofre algum tipo de acidente. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentados pelo médico, todos os anos algo em torno de 37 milhões de idosos acabam por sofrer as consequências de uma queda inesperada.
“São incontáveis os registros de fraturas, sequelas motoras, limitações físicas, traumatismos e quase meio milhão de mortes ao ano. Acredita-se que 60% delas aconteçam no ambiente domiciliar”, chama a atenção Igor Miranda, responsabilizando, em grande parte, as “armadilhas” que podem ser criadas em casa.
O médico da Hapvida NotreDame Intermédica destaca também que, para essa população, o ambiente da casa pode representar uma zona de risco, pois alguns objetos podem facilitar a ocorrência de acidentes domésticos. “É preciso pensar nos idosos na hora de planejar ambientes e organizar a decoração, principalmente a disposição de móveis, tapetes e jarros, deixando o caminho livre para a circulação deles. Como possuem a mobilidade já reduzida pela idade, o risco de cair é uma ameaça constante”, explica.
Além disso, é importante lembrar, como ressalta o especialista, que alguns medicamentos – e doenças – também podem ampliar o perigo, provocando instabilidade, sonolência e tonturas.
Segundo um levantamento realizado pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, as quedas são responsáveis por 56,6% das mortes acidentais de pessoas acima de 75 anos. Muitas delas acontecem na própria residência.
Para evitar acidentes, Igor Miranda orienta que alguns lugares da casa recebam barras de apoio, corrimões e fitas antiderrapante em pisos e assoalhos. Outra recomendação é o uso de lâmpadas mais fortes que favoreçam a boa iluminação do ambiente.
“Muitas famílias acreditam ser difícil adaptar a casa, preferindo restringir o idoso a apenas um cômodo, o que é um engano bastante comum. Contudo, a pessoa idosa merece ser estimulada na mobilidade de suas atividades diárias. Mais que isso, precisa exercitar em plenitude a sua liberdade e funcionalidade. Todos os dias”, defende.
Alguns cuidados para deixar a casa segura
- Colocar fita antiderrapante nos degraus das escadas, que também devem ser iluminados e sinalizados;
- Instalar corrimão dos dois lados da escada;
- Dispor os móveis de forma firme, deixando-os bem fixos, para caso o idoso se apoie neles;
- Optar por cadeiras e poltronas com braços, pois oferecem maior apoio na hora de levantar;
- Optar por portas largas, com o mínimo de 80 cm, para facilitar a passagem de andadores e cadeiras de rodas;
- Evitar tapetes ou outros objetos pelo caminho, como pufes, que possam servir de obstáculos;
- Manter os ambientes da casa sempre bem iluminados, abrindo as janelas para a entrada da luz solar;
- Optar por a mesas e móveis em geral com cantos arredondados, para evitar pancadas e lesões;
- Manter o ambiente sempre livre de fios, brinquedos e calçados no meio do caminho.
(Fonte: Blog da Saúde do Ministério da Saúde / Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional)