Dezembro é uma época marcada por celebrações e alegrias para muitos. No entanto, para outras pessoas, a conclusão de um ciclo pode ser um momento desafiador. Parte significativa da população experimenta a conhecida síndrome de fim de ano, associada a um conjunto de emoções e estresses vinculados ao período.
Dentre os principais sintomas, destacam-se irritabilidade, insônia, preocupação excessiva, dificuldade de concentração, alterações no apetite e depressão. No entanto, apesar dos debates em torno do tema no âmbito da Psicologia e da Psiquiatria, a condição não consta na classificação internacional de doenças (CID) como um transtorno mental.
Ivana Teles, psicóloga da Hapvida NotreDame Intermédica, ressalta que diversos fatores podem desencadear o problema, a exemplo do não cumprimento de metas estabelecidas, do aumento de gastos e, até mesmo, da proximidade de festas e compromissos familiares.
“O fim do ano, muitas vezes, é um período de avaliação do próprio progresso ao longo dos últimos 12 meses. Para algumas pessoas, isso pode levar a sentimentos de insatisfação e ansiedade em relação ao futuro. A pressão para estabelecer resoluções de ano novo pode contribuir para a sensação de sobrecarga e a autocrítica”, afirma.
A especialista ressalta que trabalhar a gratidão e pensar em tudo o que foi conquistado trará leveza ao processo. “Aproveitar o momento para agradecer e construir uma rotina com práticas esportivas, além de encontrar amigos e familiares, são alternativas muito interessante. Isso faz que as pessoas pensem sobre algo positivo que aconteceu e lembrem que a vida não é só estresse”, explica.
Enfrentar a síndrome de fim de ano é uma parte importante do cuidado com o bem-estar mental, diz a psicóloga. Ela destaca que, ao adotar estratégias proativas, as pessoas podem transformar esse período desafiador em uma oportunidade para crescimento pessoal e autoaceitação.
“Ao reconhecer que é normal sentir-se sobrecarregado durante essa época do ano, podemos tentar criar experiências mais equilibradas, focando no que realmente importa”, conta Ivana.
O mais importante, finaliza a profissional, é lembrar que cada um enfrenta desafios únicos e não há uma abordagem comum para todos. “A empatia consigo mesmo e a busca de apoio quando necessário são passos cruciais para superar qualquer desafio, conclui.